O relacionamento entre Jair Bolsonaro e Henrique Mandetta afunilou-se. Há três caminhos possíveis. Ou o presidente aciona a caneta ou o ministro chama o caminhão de mudança ou os dois naufragam abraçados.
O ministro da Saúde afirmou que “médico não abandona o paciente.” O presidente declarou que “o médico não abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico.” As frases denunciam um relacionamento tóxico.
Mandetta defende o isolamento social. Bolsonaro vai à padaria. O ministro prescreve cuidado no uso da cloroquina. O presidente trata o remédio como panaceia.
O festival de dubiedades não orna com a gravidade da pandemia. O pior que pode acontecer nesse caso é não acontecer nada. A conjuntura pede nitidez, não um teatro chinfrim. Numa democracia, não há ministros nem presidentes insubstituíveis.