E segue o baile

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Sabe-se lá o que fez o general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, ou o que deixou de fazer. Em público, pelo menos, Mourão se comporta há muitos meses como o modelo ideal de vice escolhido por ele mesmo: o pernambucano Marco Maciel, vice do presidente Fernando Henrique Cardoso durante 8 anos.
Maciel era discreto, discretíssimo. Não disputava os holofotes com o presidente. Ajudou-o a governar mais do que se sabe ou mais do que Fernando Henrique admite nos seus livros de memória. Mourão espera ser reconhecido pela posteridade como o Maciel de Bolsonaro, uma vez que em vida dificilmente o será.
De graça, Mourão foi atacado, ontem, por Bolsonaro durante encontro com deputados do PSL no Palácio do Planalto. Ao ver o deputado Luiz Philippe de Orlean e Bragança (SP), um dos herdeiros da família imperial brasileira, Bolsonaro travou com ele o seguinte diálogo em voz alta:
– Príncipe, estou te devendo eternamente…
– O que é isso… Deve nada, presidente! – respondeu o príncipe, humilde.
– Devo sim. Você deveria ter sido meu vice, e não esse Mourão aí. Eu casei, casei errado. E agora não tem mais como voltar atrás.
Comentário final do príncipe anotado por Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo:
– O Bolsonaro não precisava de mim para ganhar a eleição. Precisava de alguém que fosse simplesmente leal. Na época, até fiquei aliviado porque ele me liberou para fazer outras coisas.
O que Mourão aprontou?
No início do governo, ele foi acusado de ser desleal pelo vereador Carlos Bolsonaro, porta-voz do pai. E enxovalhado por Olavo de Carvalho, o autoproclamado filósofo e guru da família Bolsonaro. Há poucos dias, Bolsonaro havia dado a Mourão nota 9,9