FAUKECEFRES SAVI
A letra de Milton Nascimento na canção de 2001, hoje soa como profética.
Cantava que nada seria como antes, no dia seguinte, no amanhã.
Esse amanhã será quando a crise passar e voltarmos a tentar agir como viventes normais, com interação social, consumo, diversão, e mais o que vier.
Hoje, existe uma pedra do caminho, chamada Jair Bolsonaro.
Discordo dos que classificam seu comportamento como irresponsável. Pelo contrário, ele tem objetivos definidos que são o de manter seu eleitorado ativo.
Desprovido de qualquer tipo de empatia, ele só pensa em renovar seu mandato em 2022 e aí, fortalecido, quem sabe fazer de cada filho um ministro, outro embaixador, outro vice, quem sabe?
Gostem ou não do termo, é uma paranoia. Portanto, ele é um paranoico, um psicótico, tanto quanto o filho Carlos, que urde, trata e sopra seus atos e atitudes.
Se sustenta nos tantos milhões de votos que teve ao se eleger. Mas sempre é bom lembrar Tancredo,quando afirmava que “ votos você não tem, você teve”.
Quantos dos milhões de 2018, os mais conscientes, os menos raivosos em busca de vingança, votariam nele hoje, e quem sabe em 2022?
É aí que seu comportamento aparentemente irresponsável se justifica.
Relembrando 1964 na data de hoje, e como anos após o pres. General Ernesto Geisel teve que se confrontar com a linha dura, que não queria a volta da democratização.
Essa linha dura sustentava (para se autojustificar) que lutava por valores anticomunistas.
Balela. Queriam o poder. O poder é como um osso suculento, e foi em nome dele que as forças armadas se dividiram e tiveram que escolher, ficando com Geisel ou com Frota. O custo da redemocratização implicava em abrir mão do osso.
Frota perdeu e deve-se a Geisel a volta do poder aos civis, depois de 21 anos de posse do osso suculento.
Entre os generais que integram o atual governo há resquícios desse tempo. O general Augusto Heleno era ajudante de ordens de Frota na época e naturalmente integrava a suposta ideologia dos princípios.
Bolsonaro reza pelo ideário da linha dura desses tempos.
Há quem compare a atual situação a uma Terceira Guerra Mundial, sem armas convencionais ou nucleres, sem tropas, apenas com vítimas.
E estas, ao que tudo indica, superarão em número o da Segunda e terrível
Guerra Mundial 1939-1945.
Mas dias virão, e se nada será como antes amanhã, teremos outro mundo, outros hábitos, outros valores.
Por ora, o que interessa é sobreviver. Fiquemos em casa.